Uberização, Divisão Sexual do Trabalho e a Produção Social do Trabalhador Perpétuo

por Matheus Jorge
Publicado: 23/08/2022 - 15:00
Última modificação: 23/08/2022 - 15:00

Esta pesquisa tem por objetivo compreender a dimensão sexuada da uberização do trabalho, tendo-se como eixo analítico o fenômeno da divisão sexual do trabalho. Para investigar esta questão, o estudo faz uso da noção de trabalho perpétuo, desenvolvida por Bárbara Castro para explicar o modelo ideal de trabalhador no capitalismo flexível: um trabalhador que não pode ou não consegue parar de trabalhar, ?que possui um corpo jovem, saudável e que exerça uma masculinidade padrão (CASTRO, 2016, p.188)?. Pretende-se compreender, entre outras, como a divisão sexual do trabalho ajuda a explicar a composição masculina deste tipo de trabalhador perpétuo, que rastros de precarização esta modalidade de trabalho cria, para além do mercado de trabalho e, finalmente, qual é a participação dos sexos na reprodução social deste modelo de trabalhador requerido pelo capitalismo contemporâneo. Apoiada em uma concepção ampliada de trabalho - que inclui tanto o trabalho doméstico quanto o remunerado-, a pesquisa envolverá, inicialmente, um mapeamento (de caráter exploratório), no universo do trabalho uberizado, com a finalidade de se identificar a presença de guetos ocupacionais com uma presença majoritária de homens ou mulheres. Em seguida, trabalhadores de, pelo menos um gueto masculino e um gueto feminino, serão entrevistados para se compreender como a divisão sexual do trabalho vincula-se aos processos de precarização e ajuda a explicar tanto o processo de produção e reprodução social deste trabalhador perpétuo quanto o distanciamento das mulheres deste modelo ideal de trabalhador.

Situação: Em andamento;

Natureza: Pesquisa.